terça-feira, 5 de março de 2013

As novelas das 21 horas!

Glória Peres é uma autora admirável. Gosto da criatividade dela e da preocupação com temas importantes, apesar de achá-la confusa. Sim, uma novela tem tantos, mas tantos núcleos diferentes e que não se cruzam, que poderia fazer várias novelas sobre cada um deles. Sem falar na facilidade de transporte entre países tão distintos, que é no mínimo intrigante.
Salve Jorge é exemplo claro disso, é uma novela de encher os olhos. As pessoas são bonitas, vivem na moda e as paisagens são belíssimas. Sem falar na produção impecável, marca da TV GLOBO.
A novela não agradou desde o início, até achei que fosse por causa da antecessora, Avenida Brasil. Qualquer uma que viesse depois, pagaria pela mudança de conceito da inesquecível novela da Carminha, Nina e Tufão. Mas não é isso, acho que a novela poderia ser melhor. O enredo poderia ter mais peso.
Glória tem entrado em discussões desnecessárias nas redes sociais. A sigo no Twitter e já vi várias vezes discutindo com os telespectadores que criticam a novela e apontam erros graves. Como por exemplo, Mustafá que não conhecia Morena, mas já tinha encontrado com ela na morte de Jéssica. Outro dia teve que corrigir o fato do inspetor Barros não conhecer Wanda, sendo que já tinha investigado a safada.
São tantos personagens, que enfraquece a história. Às vezes tenho a impressão que alguns não fazem mais parte da novela. Por mim o grupinho que fica lá na Capadócia não precisaria existir, não há espaço para aquela gente toda, nem para a família do Mustafá. Só aí já dava uma outra novela. Dava destaque principal para o tráfico de crianças, para a cultura turca e juntava aquelas ricas, a Bianca e a amiga que nem o nome deu pra gravar. Em outro Salve Jorge o morro poderia ganhar destaque, a vida das pessoas, os personagens com mais envolvimento na história, a vida no regimento do Theo, o núcleo tráfico com cenas de ação, a delegacia com mais intensidade e falas da Thamy Gretchen... acho que só aí a novela já ganharia mais telespectadores.
Sinto falta de cenas mais reais do núcleo do tráfico e um texto mais envolvente, algumas passagens se arrastam. O telespectador não se sente atraído pela novela, prova disso é o ibope que oscila horrores. Não há uma continuidade marcante que te faça assistir no dia seguinte. Resultado disso é que a novela não será "esticada". Deve terminar no período pré-determinado. E aí vem mais uma que me parece um erro. A novela de Walcyr Carrasco tem nome provisório de "Em nome do pai", estaria atrasada, há boatos sobre o elenco, mas nada definido. A história está sendo escrita e me deu certo arrepio. O núcleo principal seria um triângulo amoroso, formado por 3 lindos homens. Acho um tema arriscado, não sei se estamos tão abertos assim para acompanhar este tipo de romance em uma novela. Longe de mim homofobia, mas se a ideia é superar Avenida Brasil e ser uma nova marca na história da TV, acho que não seria esse o caminho. Fica a dica para o Walcyr.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Um ano de plantio!

O ano vai terminando e a gente começa a pensar em tudo que aconteceu. É hora de projetar os próximos doze meses. E daí vem o balanço do ano que passou. Lembro bem desse momento no "finzinho" de 2011, quando prometi para mim que algumas coisas não iriam se repetir, que 2012 ia ser diferente. E fiz isso! Não foi um ano fácil. Tomar decisões nem sempre é o mais simples e as consequências por mais acertadas, também não. Olho para trás e vejo um ano cheio de provações, de sacrifícios, de muito trabalho, de experiências boas e ruins, de muitas tristezas e poucas alegrias. Foi um ano de aprendizado. Descobri que pessoas que a gente confia, mentem. Que amigos de verdade, são poucos. Que tem gente que não se importa com o que você sente. Que nem todo mundo é bonzinho. Mas descobri que a gente pode ser muito mais forte do que imagina. Que o troco pode ser a indiferença. Que ingenuidade não deve acompanhar para sempre quem vem do interior. Que se pode descobrir amigos inusitados. Nesse ano me arrependi de muitas coisas. E esses arrependimentos vão servir e muito daqui para frente. Sofri, também provoquei sofrimento. Chorei e também arranquei lágrimas. Gargalhei e ganhei muitos sorrisos. Comi coisa boa. Conheci gente legal e totalmente diferente. Estive no carnaval do Rio de Janeiro pela primeira vez. Não tomei banho no ladrão pela primeira vez. Viajei para a Bahia e me deslumbrei com a beleza, mas dói pensar que podia ter aproveitado mais... O que tinha que ganhar força, foi fortalecido este ano. O que era frágil, não resistiu.
Tenho certeza que tudo isso vai servir no futuro. Termino o ano do jeito que desejei na virada passada, com paz. Isso é o certo? É o que eu gostaria? Não sei. Mas é o que tem que ser. Olhando para o lado vejo que para muita gente o ano não foi diferente. Um ano de rupturas, de mudanças, de acesso a uma liberdade nem sempre bem aproveitada.. Um ano decisivo para a vida de muita gente. Vejo isso como uma preparação para o que vem em 2013. Acredito que nada acontece por acaso, principalmente as tristezas. Tenho certeza que existe coisa boa me esperando. E vou estar preparada para receber.
Não sou daquelas que pensa que tudo vai ser diferente quando o dia 01/01 começar. Mas acredito na continuidade. Que vem um ano novinho, com histórias e pessoas novas. E com tudo que foi em 2012, sou merecedora dele.


Foi um ano de plantar. E que venha a colheita!

domingo, 10 de junho de 2012

REcomeçando...

Tenho repetido demais a frase "Se eu estivesse aí...". Ultimamente parece que estou sempre longe das pessoas e dos lugares. É o amigo que queria muito ver aquela peça de teatro e que se eu estivesse lá a gente iria. A amiga que queria passar a tarde tomando um mate ou simplesmente sair de casa, se eu estivesse lá sairíamos. Ou ainda os primos reunidos que diziam que eu deveria estar lá para fazer aquela bagunça... A vida é assim, às vezes a gente tem que se despedir de casa e das pessoas queridas.
Há oito anos deixei minha casa, amigos e família e comecei tudo do zero em Pelotas. Há um ano deixei minha casa, meu irmão, amigos e vim para Porto Alegre. Tem quem diga que a adaptação demora. Eu melhor do que ninguém sei bem disso. Foram alguns anos até encontrar pessoas que vou levar para o resto da vida e adotar alguns lugares de Pelotas como meus.
Gosto da capital, mas ainda não é a minha casa. Queria ter o pub aqui, a praça com a fonte das Nereidas e principalmente as pessoas. E família queria muito mais perto... A vida é assim, essa não é apenas a segunda vez, e se Deus quiser virão muitas outras. Mudar é preciso, crescer é necessário. Que venham os períodos de adaptação. Que venham os novos lugares e os novos amigos. Apesar da falta que tudo que já adquiri me faz, estou feliz pela nova fase.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Quero ir para Bali.

Fiz as pazes com a Liz. Vou explicar!
Acho que precisamos cuidar do nosso astral. Buscar o que traga felicidade, boas vibrações e dê um up. A vida já é tão complicada. Já vivemos cheios de dilemas. Temos uma realidade triste em que pessoas não tem casa, o que comer, crianças são maltratadas e idosos abandonados. Compro livros para viajar. Sair fora do ar. Conhecer lugares diferentes. Busco um lado bom, um mundo diferente. E foi com a promessa de uma viagem que cheguei na Liz.
Comer, Rezar, Amar fez muito sucesso, as viagens, as comilanças... uma mulher que larga tudo e começa vida nova, tudo de bom!
Comecei a ler e encontrei uma Liz confusa. Saindo de uma história e se escondendo disso com a liberdade mundo afora. Eis que Liz, como todos nós, não é perfeita. Convive com a dor e descreve isso de forma desconcertante.
Cuidando sempre do meu humor, me irritei com ela. Queria sacudir aquela mulher e dizer: "Cheeega de tristeza". Como isso não era possível, resolvi pausar a leitura naquele momento. Abandonei Liz na Itália. Deixei ela comendo horrores e visitando lugares chatos.
Mas ela sempre ficou me olhando, ali no cantinho junto com os outros livros, me fitava como quem dizia: Você vai voltar! E eu voltei.
Dia desses pensando um pouco na vida e por pura casualidade encontre Liz. Ela chegou até mim através da televisão. Foi zarpando pelos canais que uma cena me chamou a atenção. Liz estava na Itália, aprendendo italiano com um amigo e numa melancolia infernal. Não acreditei. Pensei: "Esse não é um bom momento, Liz". Segui andando. Dei alguns passos e resolvi voltar. E dessa vez Liz estava em Bali. Foi aí que me identifiquei nessa mulher.
Liz estava ainda cheia de dor, mas com muitas dúvidas, mais conformada e buscando melhorar. Ela estava tentando se reencontrar e não mais afogada num mar de lágrimas. Foi aí que a amizade cresceu com força. Me apeguei a Liz. Queria aprender junto com ela. Tínhamos dúvidas parecidas. Poucas certezas e uma cabeça borbulhando. E ela venceu. Superou o que a atormentava. Deixou as coisas para trás. E seguiu sozinha em frente. Liz conseguiu encontrar o equilíbrio. Minha amiga contou com a ajuda de um Guru e ficou forte. Minha amiga se tornou outra mulher. E dessa história ficou uma grande lição: " Às vezes, perder o equilíbrio por amor, faz parte de viver a vida em equilíbrio."

segunda-feira, 2 de abril de 2012

I LOVE NOVELAS!

Em casa e pelos amigos mais íntimos sou considerada noveleira. E não posso negar o título. Admito, adoro uma novela! E não precisa nem ser uma super produção. É só ter uma história cativante. A novela que considero boa deve ter um enredo que me prenda ao televisor, que me faça entrar na história. Ela pode ser fantasiosa ou extremamente realista. O meu negócio é novela. Vou de as mexicanas Marias da Thalia até a forte Avenida Brasil. Assisti todas as novelas da Thalia e duas vezes, já que estão repetindo no SBT. Produções do próprio canal como, Pérola Negra, O direito de nascer e Fascinação eram excelentes e nunca perdi um capítulo. Os cenários um pouco mais pobres, as interpretações mais dramáticas e as histórias de mocinhas sofredoras arrancadas de seus amores são as almas da novela, daquelas que começaram no rádio. Mas vamos à grandona. As impecáveis produções da Globo, novelas com cenografia, figurino, texto e atores excepcionais. Novelas que ousam e tentam se renovar. Muitas vezes conseguem. O que dizer de Roque Santeiro, de Suave Veneno, de Senhora do destino, de Celebridade e outras tantas que fizeram sucesso e foram regravadas. Mas o que me chama a atenção é a dificuldade de uma história se perpetuar. As últimas grandes novelas do horário nobre não tem tido mais do que sucesso momentâneo com alguns personagens memoráveis, como o Crô de Fina Estampa, a Jade de O clone, a Nazaré Tedesco e o Giovani Brota de Senhora do Destino... Há muito eu esperava pela novela que realmente me fascinasse, me fizesse vibrar.
Que tivesse um enredo envolvente, bem costurado, sem pontas, sem questionamentos, sem absurdos que os autores cometem dizendo que a ficção permite. Depois de assistir novelas amenas como as últimas, chega a amada e odiada Avenida Brasil. Imagens de cinema, produção impecável com locações incríveis. Atores das antigas que dão peso a qualquer produção como: Toni Ramos, Adriana Esteves, Marcelo Novaes e Zé de Abreu. E até as felizes novidades como a pequena Mel Maia, a Ritinha. Muitos consideraram os primeiros capítulos pesados, e foram mesmo. Mas a sequência de fatos, a interpretação e a segunda fase prometem a novela que espero a muito para ver. Meu medo é que o autor se perca na próxima etapa. Tomara que siga essa linha e não termine sem pé nem cabeça como a última.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Amigo...



Seis meses sem caminhar pelas calçadas da princesa. Sem degustar um bombom de morango na Pelotense. Muito menos ver o pôr-do-sol na praia do Laranjal. Pior do que viver sem a doçura e a beleza de Pelotas, é ficar longe das pessoas que por tanto tempo fizeram parte da minha vida. Os mates na Donja. Os passeios. As companhias em dia de teatro Guarani. O simples fato de tê-los por perto. Sem eles a soberana perde a coroa.

terça-feira, 8 de março de 2011

As histórias do biso - Um encontro


Simples, conversa com qualquer um e sobre qualquer assunto e encanta pela sabedoria. A bombacha e a alpargata são fundamentais na sua vestimenta diária e por isso é uma figura interessante.
Nos últimos meses, ele tem feito mais parte da minha vida. Problemas de saúde fizeram com que precisasse ficar aos cuidados da família.
Ele é pai da minha vó Neli, que é mãe da minha mãe. Apesar dos 70 anos que nos separam, eu e meu bisavô Arnaldo temos uma afinidade inexplicável e tenho verdadeira adoração por ele.
Na certidão de nascimento consta o ano de 1919, mas não se sabe se foi esse ano mesmo que ele veio ao mundo. No alto dos seus 92 anos, goza de uma lucidez incrível, uma memória fantástica, sem falar na saúde... mantêm a mesma altivez e não aceita ser tratado como velho, o corpo até parece um pouco cansado, mas a cabeça vive plenamente... sem precisar de apoio, surpreende todos descendo as escadas com as mãos no bolso.
Passar as tardes conversando com o biso se tornou um passatempo muito especial.
Compartilhar as histórias, suas lembranças e um pouco de como começou a nossa família é a minha ideia em um espaço para ele no blog. Depois de ouvir seus "causos" vou transmitindo para essas páginas virtuais.
O vô Arnaldo é filho de uruguaios, casou-se jovem, e quando a mulher adoeceu teve que tomar uma difícil decisão, dar os filhos. Uma vida sofrida, de muitos desafios, mas com certeza de muito amor.

Vou começar por um tempo muito antigo...